Brasília - O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante apresentação da Campanha Nacional de Doação de Órgãos e o balanço de transplante do primeiro semestre deste ano. O Brasil é referência mundial na área.
(Antonio Cruz/ABr) |
Yara Aquino - Agência Brasil
27.09.2013
Brasília – Hoje (27) é celebrado o Dia Nacional da Doação de Órgãos e
os dados do Ministério da Saúde mostram que aumentou a disposição dos
brasileiros em doar. A negativa para doação caiu de 80%, em 2003, para
45%, em 2012. Nos últimos dez anos, o número de doadores dobrou,
passando de 6,5 por milhão de pessoas para 13,5 por milhão de pessoas em
2013.
A meta é chegar a 15 doadores por milhão até 2014. Os dados revelam
também queda de 40% na quantidade de pessoas na fila de espera por
transplantes nos últimos anos. Em 2008 havia 64.774 pessoas na fila, em
2013, são 38.759.
O ministério avalia que campanhas de incentivo à população e os
incentivos financeiros do governo em ampliar a rede habilitada para
realizar transplantes contribuíram para o avanço.
O número de doadores ainda é baixo entre os mais jovens e os idosos, de
acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). Os
doadores com menos de 18 anos de idade são 8% e os que tem acima de 65
anos são 7%.
O servidor público Haroldo Rodrigues da Costa, do Distrito Federal,
enfrentou o desafio de passar por um transplante de rim em 1997. Ele
conta que o novo órgão o devolveu à vida. “Levava uma vida saudável,
praticava esportes, e fui surpreendido com uma insuficiência renal. Meus
sonhos foram substituídos por horas semanais de hemodiálise. Em 1997,
recebi da minha irmã o maior presente que alguém poderia receber, mais
que um rim, recebi minha vida”, relatou.
Após o transplante, Haroldo Rodrigues retomou a rotina de trabalho,
teve três filhos e resolveu usar o esporte para divulgar a importância
de doar órgãos. Ele já conquistou medalhas na Olimpíada Internacional
dos Transplantados disputando no tênis e leva mensagem de incentivo à
doação na camiseta. “Mostro para as pessoas que estão a espera de um
novo órgão que é possível vencer”, diz.
Atualmente, quatro estados (São Paulo, Pernambuco, Paraná e Rio Grande
do Sul) e o Distrito Federal acabaram com a fila de espera para o
transplante de córnea. Esse procedimento responde por 60% dos
transplantes realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Na última quarta-feira (25), o Ministério da Saúde lançou uma campanha nacional para incentivar a doação de órgãos.
A campanha será veiculada em meios de comunicação e tem como
protagonista um menino de 7 anos que recebeu transplante de coração ao 7
meses. No Brasil, 90% dos transplantes são feito pelo SUS.
Edição: Davi Oliveira