O nascimento é a celebração maior da vida, quando uma nova pessoa surge e traz felicidade para todos. Mas existe outro momento que enche de alegria os corações de muitos: é o nascer de novo.
A oportunidade de recomeçar a vida, quando as esperanças já são poucas, é o maior presente que alguém pode receber. E existem pessoas que precisam muito deste presente. Por isso, o Ministério da Saúde está investindo na conscientização a respeito da Doação de Órgãos. Sua participação é fundamental.
Seus órgãos, tecidos, medula óssea e sangue podem salvar vidas. Avise a sua família que você quer ser doador. No Brasil, a doação só acontece com o consentimento dos familiares. Se você tem um doador na família, respeite a vontade dele!
Um a cada três brasileiros doadores de órgãos é de São Paulo, mas 39% das famílias paulistas ainda nega a doação
Brasil atinge recorde em número de doadores de órgãos no primeiro semestre de 2013, com 13,3 doadores por milhão de habitantes
A média brasileira é de 54%1,2 de recusa entre as famílias de potenciais doadores.
Para ser doador basta manifestar este desejo aos familiares, sem necessidade de qualquer documentação.
No estado, mais de 10 mil pessoas aguardam uma doação; a fila maior é para o transplante de rim, com 8.873 pacientes
No primeiro semestre de 2013 o Brasil registrou um marco histórico em número de doadores de órgãos, de acordo com o levantamento da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO). Foram 13,3 doadores para cada milhão de habitantes (pmp)¹. Um a cada três brasileiros doadores é de São Paulo, mas esse número poderia ser muito maior. Nos primeiros seis meses deste ano, foram identificados 1.152 potenciais doadores de órgãos e tecidos no estado, mas apenas 415 se tornaram doadores¹. O principal motivo é a recusa de 39%1,2 das famílias paulistas entrevistadas. A relação entre o número de notificações e o de doações efetivadas melhorou em comparação com o mesmo período do ano passado, quando houve 1300 potenciais doadores e só 398 doações realizadas.
“Se considerarmos todos os fatores que impedem que uma notificação de potencial doador se concretize em uma real doação, como contraindicação médica, a recusa familiar ainda representa quase a metade deles”, relata Dr. José O. Medina Pestana, presidente da ABTO e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Embora pesquisas comprovem que a vontade de ser um doador é muito maior do que o número real de doadores, é triste saber que, na maioria dos casos, esse último desejo não se realiza simplesmente pela falta de diálogo familiar. Vencer essa barreira depende de um gesto simples. Converse com a sua família e ajude a salvar milhares de pessoas que hoje esperam por uma doação", reforça o médico.
e a ABTO preparou uma série de ações para chamar a atenção da população e estimular o diálogo familiar sobre o tema. Além da ação com o socialite Chiquinho Scarpa, que teve ampla repercussão na última semana, as iniciativas da Associação comtemplam uma parceria com a Prefeitura de São Paulo para a iluminação da Ponte Estaiada, Monumento das Bandeiras, Obelisco e Viaduto do Chá na cor verde, que representa a doação de órgãos.
A lista de espera para um transplante de órgão é grande, ultrapassa 28 mil brasileiros. Em São Paulo, a maior fila é para o transplante de rim, que tem 8.873 pessoas, em seguida estão fígado (739), pâncreas e rim (416), córnea (243), pulmão (94), coração (90) e pâncreas (17). “Além da doação após a morte encefálica, é possível realizar também a doação em vida – quando uma pessoa, em geral da família, é compatível e aceita ser doador. Esse procedimento é viável para a doação de rim, fígado, pulmão, pâncreas e medula óssea”, explica Medina.
8 VERDADES E MITOS DA DOAÇÃO DE ÓRGÃOS
Dia 27 de setembro marca o Dia Nacional da Doação de Órgãos. Por isso, nesta semana, uma série de ações serão realizadas para aumentar a conscientização da população sobre o tema, já que a maior barreira para a doação de órgãos no Brasil é a recusa familiar, gerada principalmente pelo desconhecimento da população.
Se você ainda acha que a doação de órgãos é um tabu, teste seus conhecimentos. Informação é sua arma mais eficiente!
MITO: Para me declarar doador, preciso disponibilizar essa informação no meu RG ou CNH?
VERDADE• As informações que constavam no Registro Geral (RG) e na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) perderam a validade há mais de uma década, em 2000. Em muitos casos, por falta de informação, as pessoas forneciam respostas negativas sem ao menos refletir sobre esse assunto tão importante.
MITO: Para se tornar um doador, é preciso deixar um registro por escrito?
VERDADE• Para se tornar um doador de órgãos e tecidos, você só precisa informar esse desejo a seus familiares. Eles são os únicos que podem autorizar a doação, sem que haja necessidade de deixar nada por escrito.
• Embora a única forma de se tornar um doador de órgãos seja avisando verbalmente sua família, hoje já é possível se declarar um doador no Facebook. Para fazer isso, clique em “Evento Cotidiano”, depois em “Saúde e Bem-Estar” e encontre a opção “Doador de Órgãos”. Não se esqueça de marcar um familiar na publicação!
MITO: Se o médico souber que eu sou doador, ele não vai se esforçar para me salvar após um acidente?
VERDADE• A equipe médica que atende uma pessoa na emergência tem como prioridade salvar vidas, além de não ter conhecimento sobre a decisão do paciente de ser um doador. Apenas após a morte encefálica comprovada e com o consentimento da família é que uma outra equipe médica, especializada em transplantes, é chamada.
MITO: A família de quem recebe o órgão é quem paga pela operação?
VERDADE• Nenhuma das duas famílias – seja a do doador ou do receptor do órgão transplantado – têm qualquer tipo de despesa com a operação. O Sistema Único de Saúde (SUS) é o maior programa público de transplantes do mundo e se responsabiliza pelos gastos da operação e pelo fornecimento vitalício das medicações necessárias para evitar a rejeição do órgão transplantado.
MITO: É verdade que a doação deixa marcas profundas no corpo, que atrapalham na hora do enterro?
VERDADE• Como todos os órgãos doados são removidos por meio de cirurgia, o corpo dos doadores pode ser velado ou cremado normalmente.
MITO: Idosos ou pessoas que estavam doentes não podem doar órgãos?
VERDADE• Todas as pessoas são consideradas potenciais doadores de órgãos, independentemente da idade ou do histórico médico. O fator determinante para a doação é única e exclusivamente a condição de saúde do doador após a confirmação da morte encefálica.
• Mesmo doenças sexualmente transmissíveis, exceto HIV, não contraindicam a doação de órgãos, mas podem impedir a doação de sangue e de tecidos.
MITO: Existem várias religiões são contra ou proíbem a doação de órgãos?
VERDADE• Todas as religiões pregam os princípios da solidariedade e do amor ao próximo, características que estão presentes no ato da doação de órgãos. Até mesmo as religiões contrárias à transfusão de sangue, como Testemunhas de Jeová, não interferem na decisão da doação de órgãos e tecidos.
MITO: Cada doador de órgão pode mesmo salvar uma vida?
VERDADE• Um único doador de órgãos salva em média de oito a 10 pessoas, chegando a 20, com o transplante de córneas, coração, pulmões, rins, fígado, pâncreas, pele, ossos e válvulas cardíacas.
- O que preciso fazer para ser um doador?
Para ser doador, no Brasil, você não precisa deixar nada por escrito, em nenhum documento. Basta conversar com a sua família sobre o seu desejo de ser doador. A doação só acontecerá depois da autorização familiar.
- Quais são os tipos de doador?
Doador vivo: qualquer pessoa saudável que concorde com a doação, há não ser que prejudique a sua própria saúde. O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea e parte do pulmão. Pela lei, parentes em até quarto grau e cônjuges podem ser doadores. Para pessoas sem parentesco, somente com autorização judicial.
Doador falecido: são pacientes com morte encefálica, geralmente vítimas de dano cerebral irreversível, como traumatismo craniano ou derrame cerebral (AVC).
-Quais órgãos e tecidos podem ser obtidos de um doador vivo?
Rim: doa-se um dos rins (é a doação mais frequente intervivos);
Medula óssea: pode ser obtida por meio da aspiração óssea direta ou pela coleta de sangue periférico;
Fígado: parte do fígado pode ser doado;
Pulmão: parte do pulmão (em situações excepcionais);
Pâncreas: parte do pâncreas (em situações excepcionais).
- Quais órgãos e tecidos podem ser obtidos de um doador falecido?
Coração, pulmões, pâncreas, fígado, intestino, rins, córneas, vasos sanguíneos, pele, ossos e tendões.
Assessoria Comunicação GVL
Fonte Novartis