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Atleta Araponguense, formada em Marialva jogou Mundial de handebol pela seleção

Mayara Fier de Moura disputou a competição na Sérvia de 6 a 22 de dezembro e brasileiras no embarque, estavam confiantes em medalha

Mayara tem 63 jogos pela seleção e 109 gols (Foto: Divulgação/Photo&Grafia)

porassecom publicado 22/12/2013 

 Estudante de fisioterapia durante dois anos (May trancou os estudos para jogar na Europa), ela ganhou o cargo de "assistente" da fisioterapeuta Marina Calister. 
Sérvia – As jogadoras da seleção brasileira de handebol feminino embarcam na manhã do dia 19 de novembro (terça) para a Áustria e antes do Campeonato Mundial na Sérvia também fizeram escala na Polônia, onde realizaram dois amistosos contra a seleção do país.
Entre as 16 convocadas, uma das de maior destaque foi Mayara Fier de Moura, 26 anos, que nasceu em Arapongas mas foi criada em Marialva. 
O handebol das mulheres vive um bom momento, com resultados expressivos em competições internacionais como o quinto lugar no Mundial de São Paulo, em 2011, e o sexto nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. Mayara esteve presente nestas duas competições, mas, confessa que a convocação para o Mundial na Sérvia foi especialmente comemorada, pois, a jogadora está sem clube há seis meses. Praticamente tudo que a jogadora viveu em 2013 "remou contra" uma convocação para o Mundial de handebol. Com uma fratura por estresse na tíbia esquerda no início do ano, May não teve o contrato renovado com o Hypo Nö, time austríaco e base da seleção brasileira.

De volta ao Brasil, sem clube, e aos 26 anos, a atleta teve que se tratar por conta própria. Mesmo sem atuar, encontrou abrigo no antigo clube, o Blumenau, em Santa Catarina, onde pôde treinar sem entrar em quadra ou assinar contrato. Recuperada, viveu a angústia de não saber se seria convocada para o Mundial, sofrimento que só terminou quando o dinamarquês Morten Soubak, técnico da seleção, anunciou a lista final do Brasil. "O time esperou acabar a temporada para dizer que não iria mais ficar comigo, pois não era possível saber quando eu me recuperaria da lesão. Em junho é muito difícil conseguir um time na Europa e como minha intenção é jogar lá, até surgiram propostas do Brasil, mas, preferi recusá-las", explica.
A atleta nascida em Arapongas, no Paraná, e recheada de títulos no currículo, como o dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, no México, em 2011, e ao todo 63 jogos pela seleção, com 109 gols, disse: "Como eu não estou jogando em nenhum clube, fiquei bastante apreensiva antes da lista das convocadas ser divulgada. Eu tinha a consciência de que o técnico poderia optar por alguém que tivesse com ritmo de jogo. Porém, treinei bem e fiquei contente e aliviada por ter sido lembrada mais uma vez".

A seleção do Brasil é comandada pelo dinamarquês Morten Soubak. A exemplo das últimas convocações, ele optou para jogar o Mundial por mesclar jogadoras experientes, como a ponta Alexandra Nascimento, eleita a melhor do mundo em 2012, por exemplo, com jovens talentos.
De acordo com Mayara, esta mistura de idades é o ingrediente para uma seleção competitiva. "A gente está com um grupo legal. As meninas mais novas têm muita vontade de aprender e estão sempre ligadas nas dicas das mais velhas. Já as experientes estão abertas para ajudar. O handebol é um esporte coletivo e para que uma se destaque é preciso a contribuição de todas", diz.
Para Mayara, como recompensa de tudo aquilo que a equipe vem mostrando em quadra, as jogadoras almejavam ficar entre as três melhores. O objetivo era conseguir ao menos a medalha de bronze. "Já faz alguns anos que batemos de frente com equipes europeias, que são as potências do esporte".
Herança
Filha de técnico e de jogadora de handebol, Mayara cresceu dentro das quadras. Aos nove anos ela começou a treinar sob os cuidados do pai no Colégio Estadual Pedro Viriato Parigot de Souza, em Marialva, e pela escolinha de handebol da Prefeitura do município. Convocada pela primeira vez em 2007, ela já tem experiência internacional ao defender equipes da Espanha (por 3 anos), França (2 anos) e Áustria (1 ano).
Para Mayara, a participação no torneio mundial foi encarado por ela como a chance de voltar à vitrine do esporte e conseguir um clube para jogar na próxima temporada.

Jogadora ajuda fisioterapeuta da seleção
Além de ter sido uma das jogadoras de confiança de Morten Soubak, Mayara também adorava desempenhar uma outra "função" no grupo. Estudante de fisioterapia durante dois anos (May trancou os estudos para jogar na Europa), ela ganhou o cargo de "assistente" da fisioterapeuta Marina Calister. Sempre que podia, a central auxiliava a profissional com as demais jogadoras do grupo.
Mayara 'ajuda' a fisioterapeuta da seleção nas horas vagas (Foto: Divulgação/Photo&Grafia)
- Desde a sétima série eu dizia que queria fazer fisioterapia. Sempre fui do mundo do handebol porque meus pais trabalham com isso e comecei a jogar cedo. Quando passava pela fisioterapia, sempre perguntava alguma coisas, sempre fui curiosa. Toda vez que pensava em alguma profissão, me chamava atenção por ser uma área que tem bastante contato com pessoas e não tem muita rotina - explica Mayara, que começou no handebol aos 9 anos, treinada pelo pai.
Ter um novo papel dentro da seleção empolga a jogadora, sempre curiosa com cada equipamento usado ou exercício passado por Marina.
- Eu gosto de ajudar a Marina. Cada vez aprendo mais. Pergunto muita coisa. Saio um pouco da minha rotina de atleta. Isso é importante porque estávamos concentradas num longo período antes do Mundial. Além disso, ela está sempre aberta e explica tudo. Nessa área, a melhor maneira de aprender é na prática.
Os planos de aposentadoria para o começo na nova carreira, porém, ainda estão longe de acontecer. Mayara ainda tem um objetivo em mente: as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016. E uma medalha dentro da casa, ao lado da família.
- Tudo isso é para depois de 2016, quando estarei com 30 anos. Até eu terminar a fisioterapia e fazer estética, leva um tempo. Enquanto isso, a dedicação segue 100% com o handebol - finaliza Mayara.
SAIBA MAIS
Antes da disputa de seu segundo Mundial na carreira, a atleta tinha 63 partidas pela seleção.
109 gols foram marcados pela atleta com a camisa verde e amarela. Ela é central da seleção e já jogou por vários clubes da Europa.
 fonte: odiário/ge

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