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» » Papa celebra Vigília Pascal e pede aos cristãos: retornem à Galileia

VIGÍLIA PASCAL


Segundo o Pontífice, a Galileia é o lugar do primeiro chamado, onde tudo iniciara. “Voltar à Galileia significa reler tudo a partir da cruz e da vitória, sem medo. Não temer. Reler tudo. A pregação, a comunidade, até a traição. Reler tudo a partir do fim que é um novo início”.



Blog, em 19/042014 - com Canção Nova, Agências News.va e Zenit.org 

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“A Galileia é o lugar do primeiro chamado, onde tudo iniciara”, disse o Papa. (Reprodução/CTV)
A cerimônia da Vigília Pascal no Vaticano, foi presidida pelo Papa Francisco neste sábado, 19, e concelebrada por centenas de sacerdotes, bispos e cardeais, na Basílica de São Pedro. A celebração teve início às 15h30 (horário de Brasília) e 20h30, no horário italiano.
Refletindo acerca do Evangelho proposto pela liturgia de hoje, o Papa Francisco destacou a frase de Jesus que ordena às mulheres: “Não tenham medo. Ide anunciar aos meus irmãos que se dirijam para a Galileia. Lá eles me verão. (cf. Mt, 28, 10)”.
“Não tenha medo, é a voz que encoraja”, disse o Papa. “O anúncio das mulheres chegava como uma luz na escuridão. Não tenham medo e vão à Galileia”, enfatizou Francisco.
Segundo o Pontífice, a Galileia é o lugar do primeiro chamado, onde tudo iniciara. “Voltar à Galileia significa reler tudo a partir da cruz e da vitória, sem medo. Não temer. Reler tudo. A pregação, a comunidade, até a traição. Reler tudo a partir do fim que é um novo início”.
Francisco recordou também que, para todos os cristãos existe uma Galileia, trata-se do principio do caminho com Jesus. O Batismo, conforme explicou o Papa, é também este início de caminhada.
“Ir à Galileia significa redescobrir o nosso Batismo como fonte viva; tirarmos energia nova para nossa vivência da fé. Retornar onde a Graça de Deus me tocou e levar calor e luz aos outros irmãos”.
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Crianças, jovens e adultos recebem o Sacramento do Batismo na Vigília Pascal. (Reprodução/CTV)
O Santo Padre também explicou que, na vida do cristão, depois do Batismo, existe outra Galileia, uma existencial, a do encontro pessoal com Jesus Cristo. “Ir à Galileia é recordar quando o Senhor nos chamara, disse meu nome e pediu-me para segui-lo. O momento em que Ele me fez sentir que me amara”, esclareceu o Papa.
“Hoje cada um de nós pode recorda-se: qual é a minha Galileia? Eu me recordo? Lembro-me dela? Eu me esqueci? Procure-a, e encontrarás. Diga-me, Senhor, qual é a minha Galileia. Quero voltar lá para encontrar-te e deixar-me abraçar pela Sua misericórdia. Não ter medo!”, refletiu. 
Amanhã, às 10 horas o Papa preside, na Praça de São Pedro à Santa Missa do Dia da Páscoa. Durante o rito serão executado dois cânticos pascais da liturgia bizantina para recordar que este ano o Ocidente e o Oriente cristão celebram a Páscoa no mesmo dia.
Como tradicionalmente a Praça de São Pedro será embelezada com milhares de flores, oferecidos por floricultores da Holanda.
Ao meio dia, o Papa lerá, da Varanda Central da Basíli de São Pedro, a Mensagem Pascal e dará a bênção urbi et orbi, isto é à cidade e ao mundo.

O texto completo das homilia do Papa na Vigília Pascal
O Santo Padre convidou "de volta para a Galiléia", o momento em que os olhos de Jesus foram cruzados com os nossos
O Evangelho da ressurreição de Jesus Cristo começa com as mulheres vão ao sepulcro no início da manhã do dia seguinte ao sábado. Eles vão para o túmulo, para honrar o corpo do Senhor, mas estão abertos e vazios. Um poderoso anjo disse: "Vocês não temem" e enviá-los para levar a notícia aos discípulos: 'Ele ressuscitou dos mortos e vai adiante de vós para a Galileia ". As mulheres saíram com pressa e, ao longo do caminho, Jesus se encontrou com eles e disse: "Não temais: ide dizer a meus irmãos que se dirijam para a Galileia; lá eles vão me ver. " Não tenha medo, não tenha medo, não medo. É a voz que estimula o coração aberto para receber este anuncia que, após a morte do Mestre, os discípulos se dispersaram; sua fé à parte, tudo parecia que tinha acabado, as certezas estão desmoronando, as esperanças mortas. Mas, em seguida, que o anúncio das mulheres, apesar de surpreendente, foi apresentado como um raio de luz na escuridão. Comece a espalhar a notícia: Jesus ressuscitou, como tinha dito ... e também o comando para ir para a Galileia; mulheres tinha ouvido duas vezes, primeiro del anjo, depois de o próprio Jesus: "Deixe-os ir para a Galileia; lá eles vão me ver. " Não temas e ir para a Galileia. Galileia é o lugar da primeira chamada, onde tudo começou. Voltar a colocar a primeira chamada. Voltar lá, de volta para o lugar da primeira chamada. Jesus passa pela margem do lago, enquanto os pescadores estavam consertando as redes. Eu chamo, e eles deixaram tudo e seguiram-no. 
Voltar para a Galileia significa reler tudo, desde a cruz e a vitória. Sem medo, não medo. Releia toda a pregação, os milagres, a nova comunidade, o entusiasmo e deserções de traição; reler tudo, desde o fim, um novo começo, desse supremo ato de amor.
Também para cada um de nós existe um "Galileia" no início da estrada com Jesus. "Ir para a Galileia" tem um significado bom, significa para nós a redescobrir o nosso Batismo como fonte de vida, obter nova energia a partir da raiz de nossa fé e da nossa experiência cristã. Voltar para a Galileia significa principalmente lá atrás, a esse ponto onde incandescente graça de Deus me tocou para o início da estrada. Com essa centelha que posso acender o fogo para hoje, para cada dia, e trazer calor e luz para os meus irmãos e irmãs. Com isso desencadear uma alegria humilde, uma alegria que não ofende a dor e o desespero, bom e sereno alegrias luzes.
Na vida cristã, após o batismo, outro Galileia, há também uma "Galileia" mais existencial: a experiência de um encontro pessoal com Jesus Cristo, que me chamou para segui-lo e participar de sua missão. Neste sentido, significa voltar para a Galileia no coração manter a memória viva do presente convite, quando Jesus cruzou o meu caminho, eu olho com misericórdia, me pediu para segui-lo; ir para a Galileia significa recuperar a memória daquele momento em que seus olhos encontraram os meus, no momento em que me fez sentir que ele me amava.
Hoje, esta noite, cada um de nós pode perguntar: Qual é a minha Galileia? Lembrando, volte Onde está meu Galileia? Será que a memória? Eu esqueci? Procure-o e você vai encontrar, não espera o Senhor. Tenho andado em caminhos e trilhos que fizeram-me esquecer. Senhor, ajuda-me: diga-me o que a minha Galileia; Sabe, eu quero voltar para lá para encontrar e abraçar-me por tua misericórdia. Sem medo, sem medo. Volte para a Galileia.
O Evangelho de Páscoa é clara: é preciso voltar lá, para ver Jesus ressuscitado, e tornar-se testemunhas de sua ressurreição. Não é uma virada para trás, não é nostalgia. Ele está de volta ao primeiro amor por Jesus, o fogo aceso no mundo, e levá-la de tudo, todos os confins da terra.
“Galileia dos gentios” ressuscitado horizonte da Igreja; deparar com desejo intenso ... Vamos ficar no caminho!

As celebrações do Tríduo Pascal contem o núcleo fundamental da fé cristã
Padre Roger Araújo
paixaoCanção Nova em Foco especial de Sexta-Feira Santa conversou com o padre Tarcísio Speanner, do Mosteiro Belém, da ordem de Santa Cruz em Guaratinguetá, interior de São Paulo. Experiente em praticas de retiros e formação espiritual, ele nos apresentou na entrevista  os pontos principais da vivência do Tríduo Pascal, iniciado na noite da Quinta- Feira Santa com a celebração da Missa da Instituição da Eucaristia.
Ouça íntegra da entrevista
Padre Tarcisio enfatizou que o Tríduo Pascal contém o núcleo fundamental da fé cristã e a atualização da Páscoa de Cristo no meio de nós. Os fiéis são convidados a renovarem o seu amor para com Deus, porque celebramos a grande demonstração do amor de Deus para conosco. É a grande hora de Jesus, em que Ele reabre para nós o caminho do Céu.
Na Quinta-Feira Santa com a Missa em memória da Última Ceia, recordamos aquilo que o povo judeu fazia, celebrando sua páscoa imolando o cordeiro pascal. Os cristãos, tem agora em Jesus a Páscoa definitiva, em que Ele não imola mais animais, mas Ele mesmo se imola para nos salvar dos nossos pecados. Neste dia se recordam os grandes presentes que Jesus  nos concede com a Missa do Lava-pés, em que Ele institui o mandamento do amor sem medida. A instituição da Eucaristia, em que Ele mesmo se torna o nosso alimento e a instituição do Sacerdócio, os continuadores da missão de Jesus em nosso meio.
Na Sexta-Feira, somos convidados a viver um grande silêncio, para contemplarmos a morte de Jesus. Um dia de luto, de vivencia da paixão de Cristo. Um tempo propício para fazermos memória de tudo aquilo que aconteceu com Nosso Senhor, em seus últimos passos de sua vida terrestre. Não é um dia triste, mas um dia de meditação e oração.
O jejum e a abstinência nos ajudam a vivenciarmos a intensidade de significados que este dia nos convida a viver. Na celebração da paixão de Cristo, vamos adorar a cruz redentora de Jesus. Nós contemplamos Jesus crucificado, vencendo o pecado e a morte que derrotaram Adão e Eva no Paraíso.
No Sábado Santo se celebra a Vigília Pascal, a mãe de todas as vigílias, nos ensina Santo Agostinho. É muito importante se celebrar a Ressurreição do Senhor em clima de espera, de expectativa. Os elementos da celebração desta noite são repletos de significados. A celebração da luz nos introduz na luz nova do Ressuscitado que ilumina a nossa vida e de toda humanidade. A celebração da palavra com pelo menos nove leituras traz para nós uma síntese da nossa história de Salvação iniciando com a criação do mundo, até a nova criação realizada na Ressurreição de Jesus. A celebração do Batismo nesta noite, nos faz renascer para uma vida nova em Jesus e por fim na Eucaristia estamos unidos a Cristo Vivo e Ressuscitado no meio de nós.
Padre Tarcisio nos recorda que o Domingo da Páscoa é o grande dia da nossa vida. É o dia de celebrarmos a vida nova que Cristo resgatou para vivermos a intensidade do mistério pascal em nossa vida.

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