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» » » Papas João Paulo 2º e João 23 são canonizados no Vaticano


CANONIZAÇÃO

RODEADO POR UMA MULTIDÃO DE MILHARES DE FIÉIS QUE LOTARAM A PRAÇA DE SÃO PEDRO, NO VATICANO, O PAPA FRANCISCO CANONIZOU NESTE DOMINGO OS PAPAS JOÃO PAULO 2º (1920-2005) E JOÃO 23 (1881-1958). 



Blog, em 28/04/2014, com CNBB
De acordo com informações da agência de notícias do Vaticano, VIS, aproximadamente 500 mil pessoas assistiram hoje, 27, na Praça de São Pedro, à cerimônia de canonização dos papas João XXIII e João Paulo II, e cerca de 300 mil acompanharam o evento pela telas gigantes distribuídas na cidade de Roma.

Estiveram presentes na cerimônia delegações oficiais de mais de cem países, mais de vinte chefes de Estado e personalidades do mundo da política e da cultura.

O papa emérito Bento XVI concelebrou com o papa Francisco, que antes de proceder ao rito da proclamação dos novos santos, dirigiu-se a Bento XVI para abraçá-lo.

Logo após, acompanhado do prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, cardeal Angelo Amato, e dos postuladores das causas, o papa Francisco pronunciou a fórmula de canonização: “Em honra à Santíssima Trindade para exaltação da fé católica e crescimento da vida cristã, com a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo e a nossa, Depois de haver refletido profundamente, invocando muitas vezes a ajuda divina e ouvido o parecer de numerosos irmãos no episcopado, declaramos e definimos santos os beatos João XXIII e João Paulo II e os inscrevemos no Catálogo dos Santos, e estabelecemos que em toda a Igreja sejam devotamente honrados entre os Santos. Em nome do Pai, do Filho, do Espírito Santo”.

Após a leitura do Evangelho, Francisco proferiu a homilia, que segue abaixo, na íntegra:

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
II Domingo de Páscoa (ou da Divina Misericórdia), 27 de abril de 2014

No centro deste domingo, que encerra a Oitava de Páscoa e que São João Paulo II quis dedicar à Misericórdia Divina, encontramos as chagas gloriosas de Jesus ressuscitado.

Já as mostrara quando apareceu pela primeira vez aos Apóstolos, ao anoitecer do dia depois do sábado, o dia da Ressurreição. Mas, naquela noite – como ouvimos –, Tomé não estava; e quando os outros lhe disseram que tinham visto o Senhor, respondeu que, se não visse e tocasse aquelas feridas, não acreditaria. Oito dias depois, Jesus apareceu de novo no meio dos discípulos, no Cenáculo, encontrando-se presente também Tomé; dirigindo-Se a ele, convidou-o a tocar as suas chagas. E então aquele homem sincero, aquele homem habituado a verificar tudo pessoalmente, ajoelhou-se diante de Jesus e disse: «Meu Senhor e meu Deus!» (Jo 20, 28).
Se as chagas de Jesus podem ser de escândalo para a fé, são também a verificação da fé. Por isso, no corpo de Cristo ressuscitado, as chagas não desaparecem, continuam, porque aquelas chagas são o sinal permanente do amor de Deus por nós, sendo indispensáveis para crer em Deus: não para crer que Deus existe, mas sim que Deus é amor, misericórdia, fidelidade. Citando Isaías, São Pedro escreve aos cristãos: «pelas suas chagas, fostes curados» (1 Ped 2, 24; cf. Is 53, 5).

São João XXIII e SãoJoão Paulo II tiveram a coragem de contemplar as feridas de Jesus, tocar as suas mãos chagadas e o seu lado trespassado. Não tiveram vergonha da carne de Cristo, não se escandalizaram d’Ele, da sua cruz; não tiveram vergonha da carne do irmão (cf. Is 58, 7), porque em cada pessoa atribulada viam Jesus. Foram dois homens corajosos, cheios da parresia do Espírito Santo, e deram testemunho da bondade de Deus, da sua misericórdia, à Igreja e ao mundo.

Foram sacerdotes, bispos e papas do século XX. Conheceram as suas tragédias, mas não foram vencidos por elas. Mais forte, neles, era Deus; mais forte era a fé em Jesus Cristo, Redentor do homem e Senhor da história; mais forte, neles, era a misericórdia de Deus que se manifesta nestas cinco chagas; mais forte era a proximidade materna de Maria.

Nestes dois homens contemplativos das chagas de Cristo e testemunhas da sua misericórdia, habitava «uma esperança viva», juntamente com «uma alegria indescritível e irradiante» (1 Ped 1, 3.8). A esperança e a alegria que Cristo ressuscitado dá aos seus discípulos, e de que nada e ninguém os pode privar. A esperança e a alegria pascais, passadas pelo crisol do despojamento, do aniquilamento, da proximidade aos pecadores levada até ao extremo, até à náusea pela amargura daquele cálice. Estas são a esperança e a alegria que os dois santos Papas receberam como dom do Senhor ressuscitado, tendo-as, por sua vez, doado em abundância ao Povo de Deus, recebendo sua eterna gratidão.

Esta esperança e esta alegria respiravam-se na primeira comunidade dos crentes, em Jerusalém, de que falam os Atos dos Apóstolos (cf. 2, 42-47), que ouvimos na segunda Leitura. É uma comunidade onde se vive o essencial do Evangelho, isto é, o amor, a misericórdia, com simplicidade e fraternidade.

E esta é a imagem de Igreja que o Concílio Vaticano II teve diante de si. João XXIII e João Paulo II colaboraram com o Espírito Santo para restabelecer e atualizar a Igreja segundo a sua fisionomia originária, a fisionomia que lhe deram os santos ao longo dos séculos. Não esqueçamos que são precisamente os santos que levam avante e fazem crescer a Igreja. Na convocação do Concílio, São João XXIII demonstrou uma delicada docilidade ao Espírito Santo, deixou-se conduzir e foi para a Igreja um pastor, um guia-guiado, guiado pelo Espírito. Este foi o seu grande serviço à Igreja; por isso gosto de pensar nele como o Papa da docilidade ao Espírito Santo.

Neste serviço ao Povo de Deus, São João Paulo II foi o Papa da família. Ele mesmo disse uma vez que assim gostaria de ser lembrado: como o Papa da família. Apraz-me sublinhá-lo no momento em que estamos a viver um caminho sinodal sobre a família e com as famílias, um caminho que ele seguramente acompanha e sustenta do Céu.

Que estes dois novos santos Pastores do Povo de Deus intercedam pela Igreja para que, durante estes dois anos de caminho sinodal, seja dócil ao Espírito Santo no serviço pastoral à família. Que ambos nos ensinem a não nos escandalizarmos das chagas de Cristo, a penetrarmos no mistério da misericórdia divina que sempre espera, sempre perdoa, porque sempre ama.  

Conheça a história dos futuros santos da Igreja: 
João Paulo II
João Paulo IIKarol Józef Wojtyła nasceu em 18 de maio de 1920 em Wadowice, próximo à Cracóvia, na Polônia. 
Com nove anos de idade, perdeu sua mãe em abril de 1929. Três anos mais tarde, morreu também seu irmão mais velho, Edmund. 
Em setembro de 1939, teve início a Segunda Guerra Mundial. Durante os tempos de batalha, Karol trabalhou em uma pedreira e, assim, evitou a deportação e o trabalho forçado pelos alemães.
Depois de perder a mãe e o irmão, o pai de Karol faleceu em fevereiro de 1941. Um ano mais tarde, o beato polonês iniciou estudos em um seminário. Sua ordenação sacerdotal ocorreu em novembro de 1946. 
Na Polônia, deu início a um trabalho de intensa evangelização nas paróquias locais, sobretudo com os mais jovens. Tornou-se bispo auxiliar do Arcebispo de Cracóvia, Dom Eugeniusz Baziak, no ano de 1958. Sua sagração episcopal foi em 28 de setembro do mesmo ano. 
Com a morte de Papa João Paulo I, em outubro de 1978, teve início o conclave para a escolha de um novo Pontífice. No terceiro dia de reunião, Karol Wojtyla foi eleito Bispo de Roma e escolheu o nome João Paulo II, tornando-se o 263° Sucessor de Pedro. 
Com uma vida totalmente dedicada à promoção da fé, da paz, da vida e da família, indo ao encontro dos fiéis com uma mensagem de amor e de esperança, no dia 2 de abril de 2005, aos 84 anos, João Paulo II faleceu, deixando como maior legado a alegria em ser de Deus. 
JPII e os jovens
Sua história foi marcada por sua grande afinidade com os jovens. João Paulo é o idealizador de um maiores dos eventos católicos que movimentam, a cada edição, milhares de participantes em todo o planeta: a Jornada Mundial da Juventude. 



A JMJ promove a união de jovens de todo o mundo para louvar, testemunhar, agradecer e orar com o Santo Padre. Momento em que a Igreja Católica promove concretamente a unidade entre povos de diferentes religiões, idiomas e nacionalidades.

A identificação do público juvenil é tão grande com este evento, em sua 13ª edição, que já movimentou cerca de treze milhões de jovens mundo afora. A última edição aconteceu em junho de 2013 no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro. 
 
:: Relembre a JMJ Rio 2013, clique aqui! 
João XXIII 
No dia 25 de novembro de 1881 nascia Angelo Giuseppe Roncalli em Sotto il Monte, na província de Bérgamo, Itália. Filho de João Baptista Roncalli e Ana Maria Mazzoli, é o quarto filho dos treze filhos do casal. 
Sua atuação religiosa teve início aos 16 anos quando professou votos na Ordem Franciscana secular. Foi ordenado sacerdote no dia 10 de agosto de 1904 em Roma. Em 1921, foi nomeado, por Bento XV, presidente nacional do Conselho das Obras Pontifícias para a Propagação da Fé. 
Foi sagrado bispo em 1925, e enviado à Bulgária, onde permaneceu por dez anos. Destacou-se por sua maneira de dialogar e pelo relacionamento respeitoso com ortodoxos e muçulmanos, por isso foi nomeado Delegado Apostólico na Turquia e Grécia, em 1935. 
Durante a Segunda Guerra Mundial, foi proclamado Núncio Apostólico em Paris por Pio XII. Em 1953 tornou-se cardeal. Logo depois, Angelo retornou à Itália como Patriarca de Veneza. Foi eleito Papa no dia 28 de outubro de 1958. Seu pontificado foi marcado pela mansidão, cordialidade, coragem, simplicidade e diálogo. 
Em abril de 1963, aos 62 anos de idade, o Pontífice italiano publicou a Encíclica “Pacem in terris”, na qual aborda a necessidade da paz entre todos os povos por sermos todos filhos de Deus.
Faleceu no dia 3 de junho de 1963, antes de completar o quinto ano de pontificado. 

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