Representantes dos professores se reuniram na Casa Civil nesta terça (19). Servidores fizeram ato contra o governador Beto Richa (PSDB), em Curitiba.
Reprodução G1 Pr. publicado 1-96/05/2015
A reunião realizada entre representantes dos professores da rede pública estadual e o Governo do Paraná, nesta terça-feira (19), acabou, mais uma vez, sem acordo. O governo manteve a proposta de reajuste salarial de 5%, enquanto os grevistas pedem aumento 8,17% por conta da reposição da inflação. A categoria paralisou as atividades no dia 25 de abril.
O encontro – realizado na Casa Civil, no Centro Cívico de Curitiba – começou às 11h30 e acabou por volta das 14h.
"Nossa indignação só aumenta. O governo, reunido com o chefe da Casa Civil [Eduardo Sciarra], o secretário da Fazenda [Mauro Ricardo Costa] e o líder do governo [o deputado Luiz Claudio Romanelli (PMDB)], não tem proposta. Na nossa avaliação, não há como aceitar porque não se sabe quando vão pagar", afirmou Marlei Fernandes de Carvalho, uma das representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato), logo após o fim do encontro.
"Fizemos um longo debate sobre os números. O secretário Mauro Ricardo apresentou a situação e pediu compreensão. Dissemos que nossa compreensão é a greve", completou Marlei.
O governo voltou a afirmar que não tem como pagar mais do que o 5% proposto.
Antes do início da reunião, a administração estadual disse ainda que faria um apelo para que os professores retomem as atividades imediatamente, a fim de evitar maiores prejuízos para os mais de um milhão de estudantes que estão sem aula.
"A greve continua porque nao houve nenhuma proposta real. A reunião foi uma agressão. Não temos qualquer condicao de voltar as aulas. Estamos insistido com os demais servidores da importância da greve geral. Não daremos trégua na luta pelos nossos direitos", declarou o presidente da App-Sindicato, o professor Hermes Leão.
Protesto
Nesta terça, professores e outros servidores protestaram em Curitiba. Houve também atos em outras cidades do estado. Na capital, os manifestantes se concentraram em duas praças, a Santos Andrade e a Rui Barbosa, e caminharam até o Centro Cívico, onde fica a sede do governo estadual.
De acordo com o sindicato, entre 30 e 50 mil pessoas participam da manifestação. A Guarda Municipal, contabilizou 30 mil pessoas.
A administração estadual já havia afirmado na quinta-feira (14) que o salário terá acréscimo de 5% e será pago em duas parcelas, sem mais nenhuma negociação.
Em meio à passeata realiza nesta manhã, os manifestantes carregaram um "camburão" para relembrar o episódio em que os deputados entraram dentro de um camburão da polícia na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) para a votação do "pacotaço" de Beto Richa, em fevereiro.
À época, os professores também estavam em greve e protestavam em frente à Alep contra as medidas de austeridade do governador.
Assembléia
Durante a tarde, parte do grupo de manifestantes lotou as galerias da Assembleia Legislativa, para acompanhar a sessão. Os servidores pediram a saída do governador Beto Richa (PSDB), vaiaram deputados da base do governo, e aplaudiram os dicursos da oposição. As manifestações fizeram com o que o presidente da Casa, Ademar Traiano (PSDB) encerrasse a sessão.
A Ordem do Dia da Assembleia previa a apreciação de cinco itens. O projeto de reajuste de 5% para os servidores, que gerou os protestos, ainda não foi enviado à Casa.
Greve
O estopim desta segunda greve foi um projeto de lei que alterou a gestão dos recursos da previdência estadual. O texto foi aprovado pelos deputados e sancionado pelo governador.
Durante a votação do projeto na Assembleia Legislativa (Alep), em 29 de abril, policiais militares e manifestantes entraram em confronto na praça Nossa Senhora de Salete, em frente à Casa. Mais de 200 pessoas ficaram feridas.
Governo estuda impacto
O Governo do Paraná anunciou, na segunda-feira (18), que ainda estuda o impacto financeiro do reajuste, fixado em 5%, antes de encaminhá-lo para apreciação dos parlamentares. Em nota, o governo disse que o estudo deveria ser concluído nos próximos dias.
Professores fizeram passeata em Curitiba nesta terça-feira (19) (Foto: Andressa Almeida / RPC ) |