Foi aprovado na noite desta segunda-feira(5/7), pela Câmara de Vereadores de Arapongas, projeto de lei que institui a Semana Municipal de Incentivo à Doação de Medula Óssea.
"A aprovação do Projeto visa atender às famílias que lutam pela realização do transplante de medula óssea e também todos os profissionais de Saúde do Município de Arapongas", esclarece o vereador Lita.
Os vereadores e autores do projeto, Lita Evangelista, Dr Valdecir de Oliveira e Toninho da Saúde, fustificam que o projeto de lei que tem como foco o esclarecimento e a mobilização do doador voluntário, cuja compatibilidade sangüínea permite ser doador de medula óssea, em vida, sem prejuízo a sua saúde. O transplante de medula óssea é indicado para pacientes que sofrem de leucemia, linfomas, anemias graves e imunodeficiências congênitas, além de outras 70 doenças relacionadas aos sistemas sanguíneo e imunológico. "Só de leucemias, o Brasil já tem mais de dez mil casos por ano, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA)", justificam os vereadores.
Milhares de famílias no Brasil enfrentam, muitas vezes, dificuldades de encontrar doador no círculo familiar ou mesmo no Brasil. Há doenças, como essas referidas, cujo principal problema localiza-se na ausência de solidariedade. Por isso, quanto maior o número de doadores, mais fácil será encontrar um doador compatível e, assim, salvar vidas. Para se cadastrar como candidato à doação de medula, segundo Informações contidas no sítio do INCA é preciso ter entre 18 e 55 anos, boa Saúde e não apresentar doenças infecciosas ou hematológicas, a pessoa deve apresentar documento oficial de identidade com foto e preencher o formulário de cadastramento.
No momento do cadastro, a pessoa recebe todos os esclarecimentos sobre o processo de doação e, em seguida, é colhida uma pequena amostra de sangue (um tubinho de sangue, com cerca de cinco ml) que será submetida a um exame genético chamado de histocompatibilidade (HLA). O resultado da tipagem HLA e os dados cadastrais da pessoa são incluídos em um banco de dados, chamado Redome (Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea), que é coordenado pelo INCA.
A medula óssea é um tecido líquido que ocupa o interior dos ossos, sendo conhecida popularmente por 'tutano'. Na medula óssea são produzidos os componentes do sangue: as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas.
O transplante de medula óssea é um tipo de tratamento proposto para algumas doenças malignas que afetam as células do sangue. Ele consiste na substituição de uma medula óssea doente, ou deficitária, por células normais de medula óssea.
O transplante pode ser autogenético, quando a medula ou as células precursoras de medula óssea provêm do próprio indivíduo transplantado (receptor). Ele é dito halogênico, quando a medula ou as células provêm de outro indivíduo (doador). O transplante também pode ser feito a partir de células precursoras de medula óssea obtidas do sangue circulante de um doador ou do sangue de cordão umbilical.
Antes da doação, o doador faz um exame clínico para confirmar o seu bom estado de saúde. Não há exigência quanto à mudança de hábitos de vida, trabalho ou alimentação. A doação é feita por meio de uma pequena cirurgia, de aproximadamente 90 minutos, em que são realizadas múltiplas punções, com agulhas, nos ossos posteriores da bacia e é aspirada a medula. Retira-se um volume de medula do doador de, no máximo, 10%, esta retirada não causa qualquer comprometimento à saúde.
Para que se realize um transplante de medula é necessário que haja uma total compatibilidade tecidual entre doador e receptor caso contrário, a medula será rejeitada. Esta compatibilidade tecidual é determinada por um conjunto de genes localizados no cromossoma seis Por isso devem ser iguais entre doador e receptor. Esta análise é realizada em testes laboratoriais específicos, a partir de amostras de sangue do doador e receptor, chamados de exames de histocompatibilidade.
Com base nas leis de genética, as chances de um indivíduo encontrar um doador ideal entre irmãos (mesmo pai e mesma mãe) são de 35%. Quando não há um doador aparentado (um irmão ou outro parente próximo, geralmente um dos pais), a solução é procurar um doador compatível entre os grupos étnicos semelhantes. Embora, no caso do Brasil, a mistura de raças dificulte a localização de doadores, é possível encontrá-los em outros países. Desta forma surgiram os primeiros Bancos de Doadores de Medula, em que voluntários de todo o mundo são cadastrados e consultados para pacientes de todo o Planeta. Hoje, já existem mais de cinco milhões de doadores.
Toninho da Saúde |
Dr. Valdecir |
Com a campanha já foi possível aumentar o registro brasileiro de doadores que, em 2003, só oferecia 11% do material utilizado para os transplantes. Hoje, o registro já responde por 70% dos doadores encontrados e em outubro de 2006 alcançou a marca de mais de 300.000 doadores.
“O transplante de medula óssea é a única esperança de cura para muitos portadores de leucemias e algumas outras doenças do sangue. Esse projeto visa incentivar o aumento das doações no município. Não posso deixar de felicitar o Dr Valdecir e o Toninho da Saúde, que são profissionais da saúde, e também à Presidente da Câmara, Margareth Pimpão Giocondo", disse o vereador.
É preciso esclarecer a população. Para o doador, a doação será apenas um incômodo passageiro. Para o doente, será a diferença entre a vida e a morte. A doação de medula óssea é um gesto de solidariedade e de amor ao próximo.
Postagem: Assessoria de Imprensa
Fonte: Gabinete Vereador
Publicação 07/08/2013
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