Em
publicação deste domingo (06), o jornal Tribuna do Norte analisa a
retração nas vendas do ramo moveleiro em Arapongas. Com escassez de
pedidos e consequente queda nas vendas, o resultado são férias
coletivas, adotadas pela maioria dos empresários do setor e, em
alguns casos, demissões em massa.
A
empresa de móveis Vila Rica ainda não dispensou nenhum dos
funcionários. No entanto, iniciou na última sexta-feira(04) férias
coletivas por 20 dias para os empregados, tanto do setor
administrativo como o de fabricação. "Desde maio, as vendas
caíram muito, por isso optamos pelas férias coletivas. Não está
compensando manter a fábrica com equipamentos ligados. Os produtos
que temos estocado serão suficientes para atender a demanda de
julho", explicou o sócio-proprietário e diretor industrial
Vicente Lopes Munhoz.
Além
das férias coletivas, algumas também precisaram enxugar o quadro de
funcionários. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados, 1.044 funcionários que trabalham no setor de
Indústria e Transformação foram desligados no mês de maio em
Arapongas. No mês anterior, em abril, foram 1.106 demissões no
setor.
Depois
de adotar férias coletivas por 15 dias, a empresa Fiasini, que
produz móveis para sala e cozinha, precisou demitir 90 pessoas nos
últimos meses. "Estamos vivendo um ano atípico, a demanda do
mercado está muito fraca. No cenário atual, a demissão foi nossa
única opção. Por mais que recontratar mão de obra não seja algo
fácil, tivemos que adequar o quadro de funcionários com a nossa
realidade de venda. Ainda com gastos para demissões e possíveis
novas recontratações, caso o mercado volte a exigi-las, atualmente
não conseguimos avistar um horizonte ao longo prazo. Com custos
altos e falta de demanda, precisamos demitir", justificou o
proprietário da empresa, Mario Carlos Francisco.
Apesar
das queixas de empresários, o sindicato que defende os interesses
dos trabalhadores do polo moveleiro vê a situação como “normal”.
"Houve demissões neste período, sim, mas nada que esteja além
da normalidade. Mesmo com a retração das vendas, não estamos
entendendo que está sendo um ano tão atípico, como alguns estão
analisando. Está sendo um quadro dentro da normalidade até o
momento, acreditamos que o setor não esteja passando por um
problema. Por mais que tenham ocorrido demissões, são casos
pontuais, problemas isolados e não do parque industrial como um todo
", defendeu o secretário de finanças do Sindicato dos
Trabalhos das Indústrias e da Construção do Mobiliário de
Arapongas (Sticma), Ataíde da Cruz Botelho.