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» » » » » » A dívida de 22 clubes brasileiros com o Banco Central do Brasil (Bacen) chega a R$ 234,9 milhões.

São 23 débitos com a instituição federal, pois Coritiba e Goiás possuem duas cada. Destes 22 devedores, 18 possuem dívidas cujo valor total é superior a R$ 1 milhão. Apenas Bangu (RJ), Grêmio Esportivo Glória (Vacaria-RS), Corinthians Paranaense (ex-Malutron) e Palmeiras têm débito abaixo de R$ 1 milhão.

Flamengo lidera dívida dos clubes brasileiros
com o Banco Central
(Foto: Paulo Sérgio/ LANCE!Press)

Boa parte destes valores são multas aplicadas pelo Bacen ao constatar infrações financeiras, como movimentações ilegais de dinheiro fora do Brasil. Os clubes brasileiros são flagrados pela instituição, principalmente, em transações irregulares de passe de jogadores.

O Flamengo, de forma isolada, é o que possui a maior dívida: R$ 91 milhões. Completam o top 5 dos mais devedores: Paraná (R$ 26,3 milhões), Inter (R$ 16,8 milhões), Sport (R$ 12 milhões) e Coritiba (R$ 11,6 milhões). Dos grandes clubes paulistas, o único que não possui dívida com o banco é o São Paulo. Santos (R$ 7,1 milhões), Corinthians (R$ 2,2 milhões) e Palmeiras (R$ 535 mil) precisam se acertar com o Bacen.

Dos 12 considerados grandes, apenas o Cruzeiro, além do São Paulo, não deve à entidade federal. Do mesmo grupo, seis clubes devem e ainda não trataram de acertar suas dívidas: Fluminense, Corinthians, Santos, Atlético-MG, Flamengo e Palmeiras.
Apenas seis estão em dia nos pagamentos: Vasco, Inter, Santa Cruz, Santo André, Sport e Grêmio Esportivo Glória. Um dos clubes em dia, o Vasco paga normalmente seus débitos há um ano. Com a inscrição em dívida ativa desde 2003, com um valor inicial de R$ 2,5 milhões - corrigido chega a R$ 9,1 milhões-, o Gigante da Colina quita pouco mais de R$ 40 mil por mês.

- É um compromisso do clube, é necessário manter em dia para que não tenhamos futuros problemas para receber as cotas de patrocínio da Caixa, por exemplo - disse Jayme Lisboa Alves, vice-presidente de finanças do Vasco.

Sobre ações para negociar a dívida junto aos clubes, o Banco Central, via assessoria, "não revela publicamente aspectos estratégicos e detalhamento de sua atuação na persecução dos créditos".

FLAMENGO CONTESTA A DÍVIDA 
O Flamengo contesta, por vias judiciais, a dívida com o Banco Central. O departamento jurídico do clube apresentou na última semana suas defesas, que está baseada, principalmente, em duas possibilidades: ou o clube não deve ou o débito não chega a todo esse valor de R$ 91 milhões. A informação é de um membro da diretoria rubro-negra.

Boa parte desta dívida do Flamengo tem origem na gestão do ex-presidente do clube Kleber Leite (1995-98). O Bacen constatou possíveis irregularidades em algumas transferências internacionais de atletas, como Zé Roberto e Sávio. Leite alega que estas transações não envolveram dólares ou outra moeda, afirmando que houve apenas trocas de jogadores com outros clubes.

Por causa da dívida, o Flamengo está inscrito no Cadastro Informativo de Créditos (Cadin), que lhe impede de receber cerca de R$ 8 milhões do patrocínio da Caixa.

O Grêmio contestou a dívida de R$ 92,8 milhões que o Bacen lhe cobrava. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) deu medida favorável ao clube e a dívida foi recalculada para apenas R$ 1,6 milhão. Este montante foi reconhecido pelo Banco Central em Termo de Parcelamento formalizado com o Grêmio, para quitação em 120 meses. As parcelas estão sendo pagas pontualmente nos seus vencimentos.

VEJA A DÍVIDA DOS CLUBES BRASILEIROS COM O BANCO CENTRAL:
Flamengo: R$ 91 milhões
Paraná Clube: R$ 26,2 milhões
Internacional: R$ 16,8 milhões
Sport: R$ 12 milhões
Coritiba: R$ 11,6 milhões
Botafogo: R$ 9,9 milhões
Vasco: R$ 9,1 milhões
Atlético-MG: R$ 8,2 milhões
Portuguesa: R$ 8 milhões
Vitória: R$ 7,9 milhões
Santos: R$ 7,1 milhões
Goiás: R$ 6,8 milhões
Guarani: R$ 4,1 milhões
Santa Cruz: R$ 4 milhões
Santo André: R$ 3,2 milhões
Fluminense: R$ 2,8 milhões
Corinthians: R$ 2,2 milhões
Palmeiras: R$ 535 mil
Bangu (RJ): R$ 475 mil
Grêmio Esportivo Glória: R$ 457 mil
Corinthians Paranaense (ex-Malutron): R$ 396 mil

Blog em 05/08/2014
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