Após também saudar os bispos e
arcebispos presentes no Centro de Eventos do Santuário Nacional de
Aparecida, dom Damasceno afirmou que a CNBB faz a proposta do debate,
convicta de “que a Igreja não pode ignorar a política não apenas
enquanto instrumento necessário para a organização da vida social, mas
sobretudo enquanto expressão de opções e valores que definem o destino
do povo e a concepção do homem”. O cardeal lembrou o quanto a CNBB tem
sido presente na vida social e política do país, com o intuito de
colaborar para a construção de uma sociedade justa, fraterna e
solidária, e também no fortalecimento da democracia e cidadania do
povo. “É direito do eleitor conhecer
clara e verdadeiramente o candidato que receberá seu voto”, ressaltou
dom Damasceno, lembrando que cada eleitor é livre para escolher de forma
consciente seu candidato.
Sob a
mediação do jornalista Rodolpho Gamberini, no primeiro bloco os oito
candidatos responderam a uma única pergunta elaborada pela presidência
da CNBB, sobre o projeto Coalização pela Reforma Política Democrática.
Aécio Neves lembrou a lei “Ficha Limpa”, na qual a CNBB ajudou muito,
enquanto Marina Silva afirmou ter em sua proposta de governo a intenção
de tratar da reforma política. A presidente Dilma Rousseff afirmou ter
certeza da necessidade de uma profunda reforma, concordando com os
quatro pontos elencados pelo projeto, assim como o candidato Eduardo
Jorge, que disse inclusive já estar praticando o financiamento público
de campanha. O candidato Eymael falou sobre a sua ligação com a Igreja e
Luciana Genro declarou que seu partido concorda e foi um dos parceiros
na elaboração da proposta. Os candidatos Levy Fidélix e o pastor
Everaldo mostraram-se contrários à obrigatoriedade do voto.
No
segundo bloco, por meio de sorteio, os políticos responderam a perguntas
propostas pelos bispos indicados pela CNBB. A candidata Marina Silva
respondeu à pergunta do bispo de Caxias (MA) e membro da Comissão
Episcopal Pastoral para a Juventude, dom Vilson Basso, sobre a violência
e o extermínio de jovens, além da questão de combate às drogas. Em
seguida, o bispo de Camaçari (BA) e presidente da Comissão Episcopal
Pastoral para a Vida e a Família, dom João Carlos Petrini, perguntou ao
candidato Levi Fidelix sobre meios para a valorização da família. A
candidata Luciana Genro respondeu à pergunta do arcebispo de São Luís
(MA) e vice-presidente da CNBB, dom José Belisário da Silva, sobre a
laicidade do Estado. Para responder à pergunta do bispo de Ipameri (GO) e
presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade,
da Justiça e da Paz, dom Guilherme Werlang, sobre a diminuição da
desigualdade social, a sorteada foi a candidata à reeleição, Dilma
Rousseff. Já Aécio Neves respondeu ao questionamento sobre a baixa
qualidade da educação brasileira, feito pelo bispo auxiliar de Belo
Horizonte (MG) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a
Cultura e a Educação, dom Joaquim Mol. O arcebispo de Campo Grande (MS)
e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação, dom
Dimas Lara, perguntou ao pastor Everaldo sobre as concessões de
radiodifusão às confissões religiosas. Eymael respondeu ao
questionamento do bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário-geral da
CNBB, dom Leonardo Steiner, sobre as propostas voltadas aos
marginalizados da sociedade, e para encerrar o bloco, o arcebispo de
Terezina (PI), dom Jacinto Furtado, abordou a demarcação dos territórios
indígenas em sua pergunta ao candidato Eduardo Jorge.
No bloco seguinte, jornalistas das
mídias católicas perguntaram aos pretendentes ao cargo público sobre
temas como homofobia, contas públicas, saneamento básico, saúde, reforma
tributária, redução da maioridade penal, descriminalização das drogas e
aborto. No quarto bloco, os postulantes à presidência puderam perguntar
diretamente uns aos outros. No quinto e último bloco, dedicado às
considerações finais de cada candidato, todos agradeceram à CNBB pela
oportunidade de esclarecerem suas propostas aos eleitores cristãos e à
sociedade em geral.
Blog em 18/09/2014
Com CNBB