O Estado contratou 62 novos delegados de Polícia Civil, no início de setembro, que concluíram a escola para assumir a função e os distribuiu nas unidades do interior do Estado. Só que na região Oeste do Paraná, quase dois meses depois da contratação, pelo menos três comarcas já trocaram os titulares. Ao todo, oito municípios do Oeste receberam os novos profissionais: Catanduvas, Guaraniaçu, Capitão Leônidas Marques, Assis Chateaubriand, Corbélia, Santa Helena, Nova Aurora e Formosa do Oeste.
Nova Aurora, cidade que nunca antes teve um delegado de Polícia Civil, foi destinada a delegada Amanda Macedo Ribeiro, que em cerca de um mês foi transferida à chefia da Delegacia da Mulher em Palotina. Agora, a comarca pode ser considerada desassistida. Isso por que é o delegado titular de Formosa do Oeste, que acumula os serviços da cidade. Os dois municípios ficam a cerca de 80 quilômetros de distância um do outro.
Catanduvas e Corbélia também tiveram mudanças. Fernanda Lima de Mello, que assumiu inicialmente a chefia de Catanduvas, iniciou a semana na comarca de Corbélia. Ela trocou a função com o delegado Rodrigo Babtista Santos, que por motivos pessoais precisava atuar em Catanduvas.
A troca dos dois profissionais foi publicada ontem, no Diário Oficial do Paraná. Também foram publicadas outras mudanças no Estado. O delegado de Polícia Mário Sérgio Bradok Zacheski, que estava na DPI (Divisão Policial do Interior) foi designado à Delegacia Regional de Pitanga e acumulará as delegacias de Mato Rico, Boa Ventura de São Roque e Santa Maria do Oeste. Ele assumiu o lugar de Vinicius Fernandes Maciel, outro dos novos delegados que foi transferido. Ele assumiu a função de delegado-adjunto, na cidade de São Mateus do Sul.
Delegados dizem que falta efetivo nos municípios
Por não ter um delegado de polícia, as oito comarcas do Oeste do Paraná estavam com diversos inquéritos acumulados, cerca de quatro mil no total. Embora agora haja uma chefia em cada uma delas, o maior desafio, de acordo com os próprios delegados, é trabalhar sem efetivo. “O efetivo é pequeno e os policiais que nós temos atuam na guarda dos 62 presos que estão na cadeia pública. Temos apenas um escrivão, que não tem curso de formação”, denuncia o delegado Carlos Alberto da Costa Mendes, que atua em Assis Chateaubriand.
Segundo o delegado de Santa Helena, Carlos Eduardo Pezzete Loro, alguns inquéritos da comarca são antigos e os processos dificilmente eram resolvidos por falta de liderança. Agora, ele tenta agilizar os processos, mas também conta com o problema da falta de policiais. “Estamos tentando finalizar os procedimentos mais antigos e ter uma atenção especial também com as ocorrências mais atuais. Temos um baixo número de policiais civis para uma cidade que, apesar de pequena, é uma das 150 mais perigosas do País e já registrou oito homicídios, o que é um número alto considerando a população”, afirma o delegado, que assumiu a chefia da unidade.
Apesar dos esforços, ainda deve demorar um tempo para que o delegado consiga organizar a casa. “Em alguns inquéritos precisamos ir atrás de testemunhas, pedir perícia, escutar as vítimas novamente, e isso demanda um tempo. A maioria dos crimes registrada aqui é de tráfico de drogas, violência sexual e homicídio”, comenta.
Sem investigadores - Em Capitão Leônidas Marques, o problema da falta de efetivo é o mesmo, o que compromete o trabalho de investigação. “Deixamos a investigação de lado porque a prioridade é o atendimento ao público e o cuidado aos 17 presos da cadeia pública, que são os policiais que precisam assistir. Sabemos que há mais investigadores fazendo curso e a nossa esperança é de que alguns sejam mandados para cá. Conto com apenas um policial civil por dia. Quando ele sai, só fico eu e a escrivã”, lamenta a delegada Anna Karyne Turbay Palodetto.
Fonte: Jornal O Paraná
Foto Polícia Civil Pr
31/10/2014
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