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» » » » » » ARAPONGAS | HAITIANOS | Dólar alto e falta de empregos reduzem chegada de novos imigrantes

"Poucas mulheres estão encontrando emprego hoje em dia" - Bazelais Jean Trançois

Jornal Tribuna do Norte - Ed. 7352 - De Renan Vallim 10/08/2015
A crise enfrentada pelo Brasil tem afetado a vida dos imigrantes haitianos que moram em Arapongas e região. De acordo com a associação que representa os estrangeiros daquele pais no município, o emprego está escasso e o dólar alto tem feito com que eles precisem trabalhar o dobro do tempo para conseguir visitar o pais de origem ou trazer parentes para morar aqui. Os hatianos reclamam também da falta de apoio dos governantes.
 De acorde com a Associação dos Haitianos de Arapongas do Estado do Paraná (Aha-pr), cerca de 400 haitianos vivem na cidade. O presidente da associação, Bazelais Jean Trançois, explica que o principal problema gerado peia crise econômica é o dólar alto.
 "Quando vim para o Brasil, há cerca de cinco anos, precisei trabalhar durante dois anos até ter dinheiro para trazer minha esposa. O custo ficava entre R$ 2,5 mil e R$ 3 mi. Hoje, por causa do dólar alto, o custo subiu para R$ 4,4 mil. É um pouco mais sofrido para os recém-chegados", destaca. 
Além disso, o governo brasileiro aumentou as exigências para ceder o visto a haitianos, dificultando a entrada no país. Outro ponto negativo é a dificuldade em encontrar emprego. “Os homens até conseguem trabalho, principalmente nas fábricas, mas a situação para as mulheres está complicada. Poucas estão encontrando emprego hoje em dia", diz Bazelais.
APOIO
 Os haitianos reclamam ainda de estarem sendo esquecidos pelo poder público. "A associação foi registrada em maio de 2014, mas nunca recebemos nenhum contato de ninguém do governo. Somos mais de 400 pessoas, enfrentamos dificuldades e gostaríamos de um apoio, o que conseguimos é através do povo de Arapongas, que tem sido maravilhoso conosco", afirma o presidente, que lembra ainda que falta professores voluntários para ensinar os haitianos a falarem português. 
O secretário da entidade, Abdias Jules, explica que a associação precisa de um espaço  próprio para auxiliar melhor os haitianos. "Precisamos de urna sala onde possamos colocar um computador, guardar documentos e atender os haitianos. Outra necessidade nossa seria uma casa de passagem, onde possamos manter os haitianos recém-chegados, até que eles consigam um  emprego e um local fixo para morar".
Eles pedem mais apoio, tanto da Prefeitura, quanto dos governos Estadual e Federal. A associação inclusive chegou a formatar dois projetos de lei solicitando a casa de passagem e a sala para a entidade, sendo um enviado à Brasília no ano passado e outro neste ano. No entanto, eles não obtiveram resposta.

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