O primeiro crematório para pets do Norte do Paraná será inaugurado em Arapongas, região metropolitana de Londrina, num prazo de pelo menos 30 dias. A unidade vem sendo construída desde o ano passado por um grupo de empresários que já atua no ramo de funerárias, cemitérios e planos assistenciais para humanos. Atualmente, há crematórios pets apenas em Curitiba e região.
A estrutura de 350 metros quadrados está em fase de conclusão no Parque Industrial de Arapongas, em um terreno de aproximadamente 2.600 metros quadrados. As licenças ambientais e municipais já foram autorizadas, segundo informou Peterson Adriano Migliorini, sócio do empreendimento. "Escolhemos Arapongas por sermos moradores e termos mais facilidade no processo de abertura de empresas. Londrina é uma cidade mais burocrática, onde existem certas barreiras nesse quesito", revela em entrevista ao Portal Bonde.
Em Londrina, entretanto, o grupo abrirá apenas um escritório no Jardim Bela Suiça, destinado ao atendimento inicial de tutores. "Teremos uma sala de despedida para a família, uma equipe treinada e carros adaptados para o recolhimento dos corpos e transporte ao crematório", detalha.
No imóvel em Arapongas haverá outra sala específica, um forno com capacidade para até 100 kg e o cinerário. "Serão oferecidas cremações individuais e coletivas. Na primeira, é possível fazer o resgate das cinzas e o envio das mesmas em uma urna em até sete dias. Na segunda, apenas um certificado é emitido, já que os resíduos se misturam quando mais de um bicho é cremado ao mesmo tempo", completa. Todo o procedimento será acompanhado por um médico veterinário.
Segundo Migliorini, os gestores perceberam a existência da demanda no setor em 2013, enquanto desenvolviam um cemitério de humanos. A cremação é recomendada sob o aspecto de saúde pública, técnico, ambiental e higiene. "Na maioria das vezes, as pessoas acabam enterrando o animal em um terreno baldio ou levando em clínicas veterinárias para incineração junto ao lixo hospitalar. Queremos proporcionar o respeito merecido ao cachorro ou gato, já que, hoje em dia, eles são considerados membros da família".
Proibido - Não há, em Londrina, legislação específica que autorize o enterro de animais de estimação nos cemitérios municipais. "O Código de Posturas prevê a construção de áreas específicas para os pets, mas precisamos trabalhar na implantação de um novo cemitério tradicional antes de investir em um espaço desses", explicou o diretor técnico da Administração de Serviços Funerários de Londrina (Acesf), Ademir Gervásio de Souza Jr., acrescentando não saber se existe, na cidade, algum projeto por parte da iniciativa privada voltada para a construção de um cemitério para animais de pequeno porte.
Ele contou, ainda, que, em sete anos, o município recebeu dois pedidos de enterro de animais em cemitérios municipais. "As famílias nos procuraram e pediram para que o bichinho fosse sepultado no túmulo de seu dono, que já havia morrido. Como não há lei que prevê isso, não podemos autorizar", contou.
Quando um animal de estimação morre em Londrina, a orientação é para que a carcaça dele seja tratada por uma empresa especializada na coleta e no tratamento de lixo hospitalar. A terceirizada ficará responsável por encaminhar o animal para incineração na região de Curitiba, única região do estado que, até então, conta com o serviço.
- Samara Rosenberger e Guilherme Batista - Redação Bonde - publicado 22/10/2015 18:15