Rapaz, de 20 anos, foi morto por traficantes em Arapongas, na quinta (7).
Polícia Civil afirma que vítima e colega foram confundidos por criminosos.
- Do G1 PR, com informações da RPC Londrina publicado 09/07/2016
Um rapaz brincalhão, apaixonado pela vida militar e cheio de planos. Essa foi a maneira que a família de Gregori Ferreira Rodrigues encontrou para descrever o soldado do Exército, morto após ser vítima de uma emboscada de criminosos na quinta-feira (7) em Arapongas, no norte do Paraná. A irmã, Karen Naiara Rodrigues, que é estudante de enfermagem, tentou socorrê-lo, mas não conseguiu. “Ele lutou muito para viver, mas não consegui fazer nada”, diz.
O rapaz, de 20 anos, que estava há dois anos no Exército, terminaria o curso para cabo em 15 dias. “Ontem mesmo, ele chegou e falou ‘olha mãe, agora vou seguir carreira, vou fazer um nome'”, lamentou a irmã do soldado morto.
Na tarde de quinta-feira (7), Rodrigues e o colega do Exército, Lucas Gabriel, de 18 anos, voltavam para casa quando foram atingidos por disparos de arma de fogo. A Polícia Civil acredita que os dois podem ter sido confundidos por traficantes que tinham como alvo criminosos de uma gangue rival.
A irmã, Karen Naiara Rodrigues, que é estudante de enfermagem, tentou socorrê-lo, mas não conseguiu. “Ele lutou muito para viver, mas não consegui fazer nada”, diz.
“Foi uma coincidência do tipo de motocicleta que eles estavam usando. Provavelmente, o alvo desses elementos seria uma outra pessoa que é desafeta do grupo. Sabemos que há uma disputa por território de tráfico na região. Possivelmente, se a vítima estivesse de farda não teria sido confundida”, detalha o delegado Osnildo Carneiro Lemes.
A versão do delegado, de que os criminosos teriam confundido os militares com traficantes de droga de uma gangue rival, é reforçada pelo pai do soldado morto.
“A minha esposa ouviu outra pessoa dizer que o assassino saiu correndo dizendo que matou o meu menino enganado por causa da moto vermelha e do capacete branco. Confundiram ele”, pontua o pai do militar Vitor Rodrigues.
No velório, o pai do soldado morto cobrou que o crime não fique impune. “Pegar o culpado não vai trazer a vida do meu filho de volta, mas pelo menos vai acalentar um pouco a revolta da gente”, constata o pai de Gregori Ferreira Rodrigues.
O militar Lucas Gabriel, que ficou ferido, passou por cirurgia no hospital em Arapongas nesta sexta-feira (8) e está fora de risco.
O delegado Osnildo Lemes confirmou que os militares não tinham nenhuma passagem pela polícia, e que já possui pistas dos assassinos. No entanto, até as 14h30 desta sexta-feira nenhum suspeito foi preso.
O Batalhão do Exército de Apucarana, onde os soldados trabalhavam, informou que acompanha o caso, mas a investigação ficará à cargo da Polícia Civil. Isto porque a situação ocorreu quando os soldados estavam de folga, ou seja, não há qualquer relação com a carreira dos militares.