NO MUNDO TODO, BANCO É ACUSADO DE AJUDAR 100 MIL CLIENTES A LEVAR SUAS FORTUNAS PARA SUÍÇA - NEM SEMPRE DECLARADAS EM SEUS PAÍSES
GENEBRA, SUÍÇA: NO RANKING DO HSBC, BRASIL É O 4º PAÍS COM MAIOR NÚMERO DE CLIENTES QUE POSSUEM COTNAS SECRETAS NO PAÍS (FOTO: SHUTTERSTOCK) |
O banco HSBC abriu mais de 8,7 mil contas secretas para brasileiros na Suíça, onde foram depositados US$ 7 bilhões. Os dados fazem parte de documentos bancários que revelam como a instituição teve um papel ativo em facilitar a abertura de contas, sem perguntar a origem do dinheiro e que, em muitos casos, ajudou a evadir impostos. No mundo, o banco auxiliou mais de 100 mil clientes a levar para a Suíça suas fortunas, nem sempre declaradas em seus países.
No caso do HSBC, o Brasil aparece com destaque na lista, sendo o quarto país com maior número de clientes no ranking das nacionalidades que mais usaram o banco e as contas secretas. No total, foram mais de 8,7 mil contas ligadas a 6,6 mil brasileiros. Entre as personalidades brasileiras estava Edmond Safra. No mundo, a lista conta com nomes como Fernando Alonso, Emilio Botin, David Bowie e Tina Turner.
A lista inclui desde traficantes de drogas, de armas, ditadores até nomes famosos do mundo da música e do esporte, num total de US$ 100 bilhões. Os documentos são apenas uma parte do que seria o sistema bancário suíço, duramente criticado por autoridades de todo o mundo por permitir a existência de contas secretas e ser uma espécie de "buraco negro" no sistema financeiro internacional.
No caso do HSBC, o Brasil aparece com destaque na lista, sendo o quarto país com maior número de clientes no ranking das nacionalidades que mais usaram o banco e as contas secretas. No total, foram mais de 8,7 mil contas ligadas a 6,6 mil brasileiros. Entre as personalidades brasileiras estava Edmond Safra. No mundo, a lista conta com nomes como Fernando Alonso, Emilio Botin, David Bowie e Tina Turner.
A lista inclui desde traficantes de drogas, de armas, ditadores até nomes famosos do mundo da música e do esporte, num total de US$ 100 bilhões. Os documentos são apenas uma parte do que seria o sistema bancário suíço, duramente criticado por autoridades de todo o mundo por permitir a existência de contas secretas e ser uma espécie de "buraco negro" no sistema financeiro internacional.
Os documentos foram colhidos pelo Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo, rede formada por 45 veículos de comunicação do mundo inteiro, e revelam a frequência com a qual personalidades iam a Genebra para consultar suas contas e administrar suas fortunas. O relatório foi divulgado ontem no site do consórcio e publicado por alguns jornais europeus. A investigação está sendo chamada de "Swissleaks" e, alguns resultados, já podem ser conferidos no site.
No caso do Brasil, as contas registradas existem desde os anos 70 e o período avaliado vai até 2006. Na maior das contas, os documentos apontam para mais de US$ 300 milhões em apenas um nome. Pelos documentos, porém, o que se revela é que o crime organizado sul-americano usou as contas do HSBC para lavar dinheiro da droga e não se exclui que parte das contas tinha relações com organizações criminosas. Os papéis foram obtidos a partir de uma lista roubada dos escritórios do banco em Genebra por um ex-funcionário, Hervé Falciani, em 2008 e entregue às autoridades francesas.
Atingindo todas as partes do mundo, a lista das contas traz nomes como o de Gennady Timchenko, um bilionário russo associado ao presidente Vladimir Putin e que hoje é alvo de sanções da UE pela guerra na Ucrânia. A lista também aponta contas em nome de assistentes do ex-presidente do Haiti, Jean Claude "Baby Doc" Duvalier, e de Rami Makhlouf, um primo e aliado do presidente da Síria, Bashar al Assad.
Em resposta ao consórcio, o HSBC reconhece que os controles sobre a origem do dinheiro no passado nem sempre foram corretos. Mas garante que, desde 2007, o banco "tomou passos significativos para implementar reformas e expulsar clientes que não atendiam aos padrões HSBC". Segundo o banco, como resultado disso, a instituição na Suíça perdeu quase 70% de seus clientes desde 2007.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
09/02/2015